Momentos artísticos e uma serena
reflexão sobre o ponto da situação da vida associativa marcaram a sessão
comemorativa do 11º aniversário da Federação das Coletividades do Distrito de Setúbal. Dirigentes e ativistas de
colectividades e autarcas de diversos pontos do distrito acorreram à sede da
Sociedade Filarmónica Democrática Timbre Seixalense no dia 25 de Janeiro.
O programa
do 11º aniversário da Federação distribuiu-se por três partes. A abertura coube, com grande
brilhantismo e aplausos reconhecidos do público, aos grupos de dança contemporânea
Terpsi e de dança oriental Sherazade, ambos do Centro de Solidariedade Social
de Pinhal de Frades. O Grupo de Teatro Arte Anima Seixal apresentou uma animada
paródia que contou com a colaboração do personagem Charlot.
Grupo de dança contemporânea Terpsi |
Grupo de dança oriental Sherazade |
Grupo de teatro Arte Anima Seixal |
Sessão solene, intervenções
A segunda
parte deste encontro entre associativistas foi ocupada com uma sessão solene dirigida pelo Presidente da
Mesa da Assembleia Geral da Federação, o companheiro Florindo Paliotes.
A mesa contou com a participação de representantes da Câmara Municipal do Seixal - vereador José Carlos Gomes; Confederação Portuguesa das Coletividades de Cultura, Recreio e Desporto – Presidente Augusto Flor; União de Freguesias do Seixal, Arrentela e Aldeia de Paio Pires – Presidente António Santos; Associação de Coletividades do Concelho do Seixal – Presidente Manuel Amaral; Sociedade Filarmónica DemocráticaTimbre Seixalense – Presidente Fernando Santos. A Federação foi representada pelo seu Presidente Diamantino Estanislau.
Mesa da sessão solene |
Coube a
primeira intervenção a Fernando Santos, da Sociedade anfitriã, que abordou as
dificuldades com que o movimento associativo se confronta, apelando a que todos
visitem as casas do movimento associativo e que os poderes não se esqueçam destas Casas.
Fernando Santos, anfitrião, Presidente da Sociedade Filarmónica Democrática Timbre Seixalense |
O Presidente
da FCDS, Diamantino Estanislau, historiou o processo de recuperação de
Federação que tem vindo a ser realizado no presente mandato. Recordou o
conjunto de atividades e programas realizados junto do movimento associativo, bem como os projetos que estão em curso: as sessões de informação
e debate em diversos concelhos do distrito, a comemoração das datas
relevantes, a promoção dos jogos tradicionais e a
constituição do gabinete de contabilidade para as coletividades, bem como a edição de uma monografia sobre as bandas filarmónicas do distrito, de entre outros.
O Presidente da
Federação associou-se à justa luta contra a agregação forçada das freguesias.
Diamantino Estanislau, Presidente da Fedeeração das Coletividades do Distrito de Setúbal |
Manuel
Amaral, em representação da Associação de Coletividades do Concelho do Seixal
abordou as dificuldades por que o movimento associativo passa face à situação
que o poder central tem conduzido o país. Apelou à unidade e à organização de
coletividades e associações.
Manuel Amaral, Presidente da Associação de Coletividades do Concelho do Seixal |
O Presidente
da Confederação, Augusto Flor, evocou e historiou os passos que conduziram à
fundação da Federação de Setúbal, referindo que se tratava de uma necessidade
sentida desde 1973 e reafirmada aquando do Congresso de Almada em 1993. O constante
aumento do número de coletividades no distrito ditava a existência de uma
estrutura de apoio a essas associações, concluindo-se pela absoluta
indispensabilidade de uma Federação, tal como de associações concelhias.
Augusto Flor abordou ainda a necessidade de, em ano de dificuldade, saber
resistir. Os maiores problemas do movimento associativo são os problemas da
sociedade – o desemprego ou a desregulação das relações laborais; a falta de
apoios do Estado, do poder central, que não das autarquias que apoiam o movimento associativo.
O Presidente
da CPCCRD abordou ainda os projetos e propostas virados para o presente o
futuro do movimento. Deu especial relevo à importância de se estar preparado
para apresentar propostas ao próximo Quadro Comunitário, às comemorações do 90º
aniversário da Confederação e 40º do 25 de Abril, bem como ao Congresso Nacional das
Coletividades. A intervenção de Augusto Flor aprofundou ainda diversos outros aspectos
das preocupações e planos da Confederação.
Augusto Flor, Presidente da CPCCRD |
O Presidente
da União de Freguesias do Seixal, Arrentela e Aldeia de Paio Pires, António
Santos, fez também menção à história e genese das coletividades do concelho,
nomeadamente da Timbre Seixalense, com 165 anos de história, uma das mais
antigas do concelho e do distrito. Fazendo parte de um grupo de cinco
sociedades que atravessaram três seculos e que atravessaram também a longa noite do
Estado Novo, com a censura e a repressão.
Referiu-se às coletividades como
universidades da vida. Historiou ainda a dinâmica ganha com a revolução dos
cravos e o boom do associativismo, bem como as novas áreas de intervenção a as
formas de acesso à fruição cultural proporcionadas pelas coletividades. Abordou
ainda a importância da relação entre o movimento associativo e as juntas de
freguesia.
António
Santos questionou a criação artificial desta nova união de freguesias,
explicitando que lutará pela restauração das históricas freguesias do concelho,
concluindo que decisões impostas não são sentidas pelas gentes da sua terra.
António Santos, Presidente da União de Freguesias do Seixal, Arrentela e Aldeia de Paio Pires |
No período
de intervenções públicas usaram da palavra, com saudações e reflexões, diversos dirigentes associativos e autarcas presentes na sessão: vereadores
Daniel Figueiredo e António Matos (que entregou um belo troféu à Federação), vereadores das Câmaras Municipais,
respetivamente, da Moita e de Almada e dirigentes de várias associações - José Luís Tavares, da Sociedade Filarmónica Incrivel
Almadense, José Torres, do Centro Cultural e Recreativo do Alto do Moinho e Afonso Esteves da Comissão Organizadora da
Feira Festa da Quinta do Conde, que também ofertou lembrança.
Daniel Figueiredo, vereador da Câmara Municipal da Moita |
António Matos, Vereador da Câmara Municipal de Almada, oferece troféu à Federação. |
José Luís Tavares, dirigente da Sociedade Filarmónica Incrivel Almadense |
José Torres, dirigente do Centro Cultural e Recreativo do Alto do Moinho |
Afonso Esteves (à direita), dirigente da Associação da Feira Festa da Quinta do Conde oferece troféu à Federação |
O Presidente da Federação teve ainda ocasião para entregar às entidades representadas na mesa um troféu evocativo da celebração do aniversário.
Sónia Silva, Vice-Presidente da CPCCRD, exibe lembrança oferecida pela Federação. |
Coube a
intervenção final da sessão solene a José Carlos Gomes, vereador do Município
seixalense. Abordou a importância do movimento associativo no desenvolvimento
cultural e social do Seixal, dando nota da ligação entre o poder local o
movimento associativo - uma parceria que tem vindo em crescendo. Deu também nota que se
está hoje mais organizados e preparado, fazendo-se muito com muito pouco.
Explicitou o procedimento adoptado pelo seu município para analise dos
projectos de associações e coletividades, com comissões técnicas de freguesia,
reuniões de cada freguesia e afinação de critérios.
Apelou à importância
de um movimento associatvo mais organizado, à união das colectividades em torno
das suas estruturas associativas – associações concelhias, federação e
confederação.
Apelou
também à reposição das juntas de freguesia, nomedamente as do concelho do Seixal.
Fez ainda menção à exigência de construção do Hospital do Seixal, para servir
vários concelhos. Apelou a uma grande participação nas comemorações do 25
de Abril em defesa da sociedade e do Portugal de Abril.
José Carlos Gomes, vereador da Câmara Municipal do Seixal, profere a intervenção de encerramento. |
Momento musical e convívio
Apesar do
adiantado da hora, não deixou o público de ser brindado com uma agradável
apresentação do Grupo de Cavaquinhos da Casa do Povo de Correios, que
interpretou temas do conhecimento de todos. Momentos de animação e alegria
que se seguiram e complementaram as reflexões produzidas durante a sessão
solene.
Grupo de cavaquinhos da Casa do Povo de Corroios |
Um animado convívio
reuniu todos os presentes em torno do bolo de aniversário e do espumante que
assinalou o aniversário.Momentos de conhecimento mútuo e troca de opiniões
entre aqueles que partilham as mais diversas experiências à frente das suas
coletividades.
Convívio de encerramento. |
Bem junto ao Tejo, na baía do Seixal, a sede da Sociedade Filarmónica Democrática Timbre Seixalense acolheu o 11º aniversário da Federação |
A Federação das Coletividades do Distrito de Setúbal
agradece os apoios e colaborações prestados pela Confederação Portuguesa
das Coletividades de Cultura, Recreio e Desporto, Câmara Municipal do Seixal, União
de Freguesias do Seixal, Arrentela e Aldeia de Paio Pires, Associação de Coletividades
do Concelho do Seixal, Sociedade Filarmónica DemocráticaTimbre Seixalense, Casa
do Povo de Corroios, Centro de Solidariedade Social de Pinhal de Frades e José
Guerreiro Nieto, Herdeiros.
Texto e imagens - CA/FCDS
Texto e imagens - CA/FCDS